sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A concepção dialética da unidade no seio do Partido*

Escrito por Mao Zedong (18 de novembro de 1957)

Transcrito por I.G.D.

(Retirado de: MAO TSETUNG – Obras Escolhidas Vol. 5, pg. 617-619; Editora Alfa-Omega, 1977.)


*Excertos de um discurso proferido na Conferência de Representantes dos Partidos Comunistas e Operários, realizada em Moscow.


Em relação à questão da unidade, gostaria de dizer algumas palavras acerca da maneira de a abordar. Penso que a nossa atitude deve ser a de nos unirmos com todo e qualquer camarada desde que não seja um elemento hostil ou sabotador. Devemos adotar em relação a ele uma atitude dialética e não metafísica. Que deve entender-se por atitude dialética? Analisar tudo, reconhecer que todos os seres humanos cometem erros e não rejeitar categoricamente alguém porque apenas cometeu erros. Lenin disse um dia que não há uma única pessoa no mundo que não cometa erros. Toda a gente precisa de ajuda. Um indivíduo competente precisa da ajuda de outras três pessoas; uma sebe precisa do suporte de três estacas. Apesar de toda a sua beleza o lótus precisa do verde das suas folhas para a realçar. Estes são alguns provérbios chineses. Outro provérbio chinês diz que três sapateiros, juntando as suas inteligências, conseguem igualar o grande pensador Chuque Liam. Chuque Liam, sozinho, jamais poderá ser perfeito; tem suas limitações. Consideremos esta declaração dos nossos doze países. Já passamos por um primeiro, segundo, terceiro e quarto projetos e ainda não acabamos de a aperfeiçoar. Penso que seria presunção alguém reclamar da onisciência e a onipotência divinas. Deste modo, que atitude devemos adotar em relação a um camarada que cometeu erros? Deveremos seguir o método analítico e é preferível adotar uma posição dialética em vez de uma posição metafísica. O nosso Partido já uma vez se atolou na metafísica, no dogmatismo, que destruía completamente quem quer que não fosse do seu agrado. Posteriormente, repudiamos o dogmatismo e aprendemos um pouco mais de dialética. A unidade de contrários é o conceito fundamental da dialética. De acordo com este conceito, como deveremos agir em relação a um camarada que tenha cometido erros? Em primeiro lugar, devemos travar uma luta para que ele se liberte das suas ideias erradas. Em segundo lugar, devemos também ajudá-lo. Ponto um, luta; ponto dois, ajuda. 
Devemos proceder com boas intenções para ajudá-lo a corrigir os seus erros e encontrar uma saída.

Contudo, as coisas serão diferentes quando se tratar de pessoas de outro tipo. Com pessoas como Trotsky, ou como Chen Du-xiu, Tcham Cuo-tao e Cao Cam na China, era impossível adotar uma atitude de ajuda, pois eram incorrigíveis. E houve indivíduos como Hitler, Chiang Kai-chek e o czar que eram do mesmo modo incorrigíveis e tinham de ser derrotados porque havia um antagonismo completo entre nós e eles. Neste sentido, há apenas um aspecto na sua natureza, e não dois. Em última análise, isto é também verdade em relação ao imperialismo e aos sistemas capitalistas que estão prestes a ser substituídos pelo sistema socialista. O mesmo se aplica à ideologia: o idealismo será substituído pelo materialismo e o teísmo pelo ateísmo. Estamos a falar do objetivo estratégico, mas o caso é diferente em relação às etapas da tática, as quais podem exigir compromissos. Não aceitamos nós um compromisso com os americanos em relação ao paralelo 38 na Coreia? Acaso não houve um compromisso com os franceses no Vietnam?

Em cada etapa da tática é necessário saber estabelecer compromissos, tal como é necessário saber travar lutas. Voltemos agora às relações entre camaradas. Penso que se deve discutir com os camaradas sempre que haja divergências entre eles. Parece-me que alguns pensam que, desde que estejam no Partido Comunista, as pessoas se tornam santas, sem diferenças ou desentendimentos, e que o Partido não deve ser submetido à análise, ou seja, é um partido monolítico e uniforme e que por isso não deve haver discussões. Dir-se-ia que as pessoas são 100 por cento marxistas desde que estejam no Partido. Na realidade, há marxistas em vários graus: há os que são marxistas a 100, 90, 80, 70, 60 ou 50 por cento e mesmo alguns que só são 10 ou 20 por cento marxistas. Não será possível que dois ou mais de nós se reúnam para discutir numa sala pequena? Não será possível partirmos do desejo de unidade e discutir dentro do espírito de ajuda mútua? Evidentemente, refiro-me a discussões no interior das fileiras dos comunistas e não a discussões com os imperialistas (embora também tenhamos conversas com eles). Deixem-me dar um exemplo. Não estão neste momento os nossos doze países a discutir? Não estão também a discutir mais de sessenta Partidos? Realmente estão. Por outras palavras, desde que daí não resultem danos para os princípios do Marxismo-Leninismo, aceitaremos dos outros certos pontos de vista que são aceitáveis e abandonaremos alguns dos nossos pontos de vista que possamos abandonar. Temos duas mãos para tratar com um camarada que cometeu erros: uma mão para lutar com ele, outra para nos unirmos a ele. O objetivo da luta é defender os princípios do Marxismo, o que significa ter princípios; essa é uma mão. A outra mão é unirmo-nos a ele. O objetivo da unidade é proporcionar-lhe uma saída, fazer com ele um compromisso, o que significa ser flexível. A conjugação dos princípios com a flexibilidade é um princípio marxista-leninista e é uma unidade de contrários. 


Todas as coisas, e a sociedade de classes em particular, estão cheias de contradições. Alguns afirmam que irão ser ''descobertas'' contradições na sociedade socialista, mas penso que essa é uma forma errada de colocar tal questão. A questão não é a de haver contradições a descobrir, mas sim a de que essa sociedade fervilha em contradições. Não há nenhum lugar onde não haja contradições e não há ninguém que não possa ser analisado. Pensar que isso não se pode fazer é ser-se metafísico. Como sabemos, um átomo é um complexo de unidades de contrários. Há uma unidade de dois contrários, que são o núcleo e os elétrons. Num núcleo há por sua vez a unidade dos contrários que são os prótons e os nêutrons. Quanto ao próton, há prótons e antiprótons, tal como em relação ao nêutron há nêutrons e antinêutrons. Em suma, a unidade dos contrários está sempre presente. O conceito de unidade dos contrários, a dialética, deve ser profusamente propagado. Penso que a dialética deve sair dos pequenos círculos filosóficos e ser difundida entre as massas. Sugiro que esta questão seja discutida nas reuniões das comissões políticas e nas sessões plenárias dos comitês centrais dos vários partidos e mesmo nas reuniões dos comitês do Partido de todos os escalões. De fato, os secretários das organizações do nosso Partido, quando preparam relatórios para as reuniões do Partido, geralmente apresentam dois pontos nas suas agendas: em primeiro lugar os êxitos; e em segundo lugar as insuficiências. Um divide-se em dois - esse é um fenômeno universal e é isso a dialética.

China ampliará pensão de velhice para toda a população


Traduzido por I.G.D.

Pequim, 29 de outubro – China ampliará a pensão de velhice para toda a sua população, decidiu a direção chinesa em uma reunião-chave que concluiu hoje.
Será empregado capitais do Estado para aumentar o fundo existente de segurança social, de acordo com um comunicado emitido depois da V Sessão Plenária do XVIII Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh).

Cerca de 200 milhões de chineses ainda devem ser incluídos no programa de pensão de velhice do país, declarou em março o ministro de Recursos Humanos e Segurança Social, Yin Weimin.

No comunicado se prometeu também que “a China aplicará o sistema de seguro para enfermidades graves em escala total”, o que sugere que este seguro se estenderá a toda a população.

Até finais de setembro de 2014, ao redor de 650 milhões dos 1,3 bilhões de chineses estavam cobertos pelo seguro para enfermidades graves, o que impede que caiam na falência como resultado das contas médicas.

O comunicado destaca que a China “seguirá o caminho do desenvolvimento compartilhado por todos” e que trabalhará em prol do “desenvolvimento para o povo, pelo povo e compartilhado por toda a população”.

Salienta também a igualdade de oportunidades e de segurança social para que todos possam alcançar uma vida moderadamente próspera.

O governo garantirá uma distribuição mais justa do capital para as regiões pobres e para zonas com elevadas concentrações de minorias étnicas, e se proporcionará um melhor cuidado em relação as crianças, mulheres e idosos que permaneceram-se nas aldeias após seus pais, maridos e filhos terem partido para trabalhar nas cidades como trabalhadores migrantes, prometeu o PCCh.

A nação também se esforçará para melhorar a educação, promover a educação universal para estudantes de escolas secundárias uma vez que garante que a política de nove anos de educação obrigatória se aplique em todo o país.

O comunicado indica que o governo eliminará as cotas de matrículas na educação secundária para os estudantes pobres e lhes proporcionará subsídios, adequando “gradualmente” as cotas de matrículas para as pessoas que recebem educação vocacional profissional.

No aspecto médico, o país racionalizará os preços de remédios, coordenará o seguro de saúde com a atenção médica e estabelecerá um sistema básico de saúde e gestão de hospitais que abarque tanto as áreas urbanas como rurais, disse o documento.

Também sublinhou a redução das disparidades de renda.

sábado, 3 de outubro de 2015

Síria: Pelo menos 700 extremistas se renderam durante os últimos dias


Pelo menos 700 extremistas se renderam durante os últimos dias e entregaram as armas para as autoridades competentes na província de Deraa, no sul da Síria, segundo a agencia de notícias SANA, no sábado.


Segundo a agencia, mencionada por RIA Novosti, estes terroristas depuseram as armas no marco do programa de reconciliação nacional. Os militantes entregaram suas armas automáticas, metralhadoras e rifles de franco-atiradores.

O exemplo mais chamativo do êxito do programa de reconciliação nacional anunciado pelo governo sírio teve lugar na cidade de Homs em 2014. Então se renderam 1.500 militantes que haviam tomado o centro da cidade.

O programa de reconciliação nacional oferece aos militantes e extremistas entregar as armas e passar por um processo de reabilitação para que retornem a vida civil.
Hoje, o chefe da Direção Principal de Operações do Estado Maior General das Forças Armadas da Rússia, o coronel general Andrei Kartapolov, declarou que “os militantes (do Estado Islâmico) estão abandonando as zonas que estavam sob seu controle”.

“Em suas fileiras encontram-se o pânico e as deserções. Pelo menos 600 mercenários abandonaram suas posições e tratam de fugir para a Europa”, disse o general durante uma conferência de imprensa no Centro de Defesa Nacional.


Traduzido por I.G.D.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Discurso de Proclamação da República Popular da China

Por Mao Zedong
(Retirado de http://www.novacultura.info/)


Presidente Mao Zedong discursando
na Praça Tian An Men, a 1 de Outubro de 1949.
O povo de toda a China esteve mergulhado em amargos sofrimento e atribulações desde que o reacionário governo de Chiang Kai-shek e seu Kuomintang traiu a pátria, em conluio com os imperialistas, tendo-se lançado na guerra contrarrevolucionária.

Felizmente o nosso Exército Popular de Libertação, apoiado por toda a nação, tem lutado heroicamente e abnegadamente para defender a soberania territorial de nossa pátria, para proteger a vida e os pertences das pessoas, para aliviar o povo de seu sofrimento e lutar por seus direitos, tendo finalmente acabado com as tropas reacionárias e derrubado a ordem reacionária do governo Nacionalista.

Agora, a Guerra de Libertação Popular está praticamente ganha, e a maioria da população no país está livre. Sob tal fundamento, a primeira sessão da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, composta por delegados de todos os partidos democráticos e de organizações populares da China, pelo Exército Popular de Libertação, as diversas regiões e nacionalidades do país, além dos patriotas chineses no exterior e outros elementos, foi convocada.

Representando o desejo de toda a nação, [esta sessão da conferência] promulgou a Lei Orgânica do Governo Popular Central da República Popular da China, elegeu Mao Zedong presidente do Governo Popular Central, e Zhu De, Liu Shaoqi, Song Qingling, Li Jishen, Zhang Lan, e Gao Gang como vice-presidentes [do Governo Popular Central], e Chen Yi, Ele Long, Li Lisan, Lin Boqu, Jianying Ye, Ele Xiangning, Lin Biao, Peng, Liu Bocheng , Wu Yuzhang, Xu Xiangqian, Peng Zhen, Bo Yibo, Nie Rongzhen, Zhou Enlai, Dong Biwu, Seypidin, Rao Shushi, Tan Kah-kee [Chen Jiageng], Luo Ronghuan, Deng Zihui, Ulanhu, Xu Deli, Cai Chang, Liu Geping, Ma Yinchu, Chen Yun, Kang Sheng, Lin Feng, Ma Xulun, Guo Moruo, Zhang Yunyi, Deng Xiaoping, Gao Chongmin, Shen Junru, Shen Yanbing, Chen Shutong, Szeto Mei-tong [Meitang Situ], Li Xijiu , Huang Yanpei, Cai Tingkai, Xi Zhongxun, Peng Zemin, Zhang Zhizhong, Fu Zuoyi, Li Zhuchen, Li Zhangda, Zhang Nanxian, Liu Yazi, Zhang Dongsun, e Yun Long como membros do conselho para formar o Conselho do Governo Popular Central, proclamou a fundação da República Popular da China e escolheu Beijing como a capital da República Popular da China.

O Conselho do Governo Popular Central da República Popular da China tomou posse hoje na capital e por unanimidade tomou as seguintes decisões:
·         Proclamar o estabelecimento do Governo Popular Central da República Popular da China;
·         Adotar o Programa Comum da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês como a política de governo;
·         Eleger Lin Boqu entre os membros do conselho como secretário-geral do Conselho do Governo Popular Central;
·         Apontar Zhou Enlai como presidente do Conselho Administrativo Governamental do Governo Popular Central e ministro simultaneamente ministro das Relações Exteriores, Mao Tsé-tung como presidente da Comissão Militar Revolucionária Popular do Governo Popular Central, Zhu De como comandante-em-chefe do Exército Popular de Libertação; Shen Junru como presidente da Corte Popular Suprema do Governo Popular Central, e Ronghuan Luo como procurador geral da Suprema Procuradoria Popular do Governo Popular Central; e encarregá-los da tarefa da rápida formação dos vários órgãos do governo para a realização do trabalho governamental.

Ao mesmo tempo, o Conselho do Governo Popular Central decidiu declarar aos governos de todos os outros países que este governo é o único governo legal que representa todo o povo da República Popular da China.

Este governo está disposto a estabelecer relações diplomáticas com qualquer governo estrangeiro que esteja disposto a observar os princípios de igualdade, benefício mútuo e respeito mútuo à integridade territorial e à soberania.


Mao Zedong
Presidente

Governo Popular Central

A República Popular da China