(Mensagem
da Frente Nacional Democrática das Filipinas em relação ao 47º aniversário da
fundação do Novo Exército Popular (New People’s Army – N.P.A.)
Pelo
porta-voz da Frente Nacional Democrática das Filipinas em Mindanao, Ka Oris.
29 de
Março de 2016
Traduzido por I.G.D.
A Frente Nacional
Democrática – Mindanao junta-se com o resto do povo filipino para proferir sua
maior saudação e dar os parabéns para todos os combatentes vermelhos e
comandantes do Novo Exército Popular (New People’s Army – N.P.A.) no seu 47º
aniversário de fundação, que ocorreu a 29 de março de 1969. Nós também saudamos
todos os mártires revolucionários que sacrificaram suas vidas pelo interesse em
avançar na luta armada pela libertação nacional e por uma genuína democracia.
É justo que nós
demos tamanha importância para este próspero dia porque o Novo Exército Popular
(N.E.P.), uma das principais armas da revolução popular democrática, continua
levando a cabo suas tarefas mais importantes e tem colhido vitórias
significantes. Este exército cresceu em tamanho e força e tem frustrado o
mal-intencionado regime de E.U.A. - Aquino III, este que quer destruir o
verdadeiro exército popular e todo o movimento revolucionário antes do término
de seu mandato.
Partindo de quase
nada, o Novo Exército Popular foi fundado em Luzon Central no ano de 1969 e
espalhou-se por todo o país. Em Mindanao, a primeira unidade do N.E.P. foi
formada em 1972 nas regiões fronteiriças de Misamis Oriental e Agusan del
Norte. A partir de 1972, as forças do N.E.P. em Mindanao se estendem e
continuam a crescer tanto em tamanho como em força, diante dos ataques brutais
do Oplan (Plano de Operação) “Nip-in-the-bud” do Ditador Marcos, o Oplan
“Lambat Bitag” de Cory Aquino e de Ramos, o Oplan “Mamamayan” de Estrada, e o
Oplan “Bantay Laya” de Arroyo. Atualmente, o Oplan “Bayanihan” do regime de
E.U.A. - Aquino III encontra-se com a falência definitiva e com uma grande
derrota. Ele é derrotado porque fracassou totalmente em esmagar uma pequena e
fraca força guerrilheira, que se mantém firme e cresce ficando ainda mais
forte, apesar da enormidade do tamanho e do poderio das forças armadas
regulares do Estado reacionário.
Suas vitórias
revolucionárias têm se concretizado por meio da implementação de suas tarefas
em levar adiante a luta armada, a construção de bases, em lançar a revolução
agrária, em avançar nas lutas antifascista e anti-imperialista, e em conduzir
cursos de estudos de caráter político e ideológico, incluindo o trabalho
cultural.
Mesmo com as
brutais investidas da Operação “Bayanihan” do regime fantoche de Benigno Aquino
III contra as forças revolucionárias em Mindanao, as frentes guerrilheiras na
ilha, do começo do regime em 2010 até meados deste ano, aumentaram em 46, estas
que cobrem cinco regiões do Novo Exército Popular em Mindanao. Muitas destas
frentes têm porte de verdadeiras companhias, e nenhuma sequer foi dizimada.
A construção de
frentes guerrilheiras atingiu o sucesso devido aos seus esforços determinados
em estabelecer e ampliar bases que servem como áreas de manobras do N.E.P. Em
todos os seis anos sob o regime títere de Aquino III, o número de bairros onde
o N.E.P. opera aumentaram de 1,850 para mais de 2,500 no presente momento,
cobrindo mais de 200 municípios em 20 províncias em toda a ilha de Mindanao. A
população influenciada pela revolução aumentou em vários milhões, sendo que
200,000 estão organizadas diretamente, enquanto dezenas de milhares são
cobertos pelos governos populares revolucionários em numerosas comunidades e
barangays e algumas a nível municipal.
Geralmente, em
Mindanao, o Novo Exército Popular tem aumentado suas forças. Desde o início do
regime fantoche de Aquino III, cresceram em mais de uma centena as formações de
unidades de pelotão. Nenhum desses pelotões foi destruído em batalha pelo
inimigo. O N.E.P. tem sido capaz de sustentar inúmeros recrutas devido a sua
amplitude e profundidade das zonas e bases guerrilheiras.
As unidades das
Milícias Populares em bairros e comunidades, que são forças de reserva direta
das unidades do N.E.P. em tempo integral, têm crescido aos milhares em
Mindanao. Várias entre elas participam diretamente em ações militares. Elas
também têm sido mobilizadas nos trabalhos de inteligência, transporte de
suprimentos, e outros apoios militares para as unidades em tempo integral do
Novo Exército Popular.
As unidades
guerrilheiras em esquadrões, pelotões e companhias, juntas com milhares de
Milícias Populares, lançaram ofensivas táticas (O.T.) mais intensificadas
contra as unidades inimigas regulares e paramilitares carniceiras das Forças Armadas
das Filipinas (F.A.F.). Em 2010, o N.E.P. foi capaz de lançar apenas 250
ofensivas táticas em toda a ilha. Nos cinco anos posteriores, estas foram se
intensificando e tornando-se cada vez mais frequentes, e em 2015, mais de 500
O.T. foram levadas a cabo pelo N.E.P. em Mindanao. Já no ano de 2016, nos
últimos dois meses, o N.E.P. em Mindanao lançou mais de 100 ofensivas táticas,
sendo que a maioria destas foram direcionadas contra os destacamentos e tropas
regulares das F.A.F.
Nós temos combinado
ações militares aniquiladoras e de exaustão, através das quais, se nós aumentamos
o número de vítimas das tropas das Forças Armadas das Filipinas, da Polícia
Nacional das Filipinas e dos grupos paramilitares, nós temos dizimado um
batalhão por ano nos últimos seis anos. Por meios dessas ofensivas táticas, nós
confiscamos milhares de armas de fogo de diversos calibres. Estas armas,
incluindo aquelas que foram dadas por aliados e aquelas que nós compramos de
diferentes fontes, servem como armamento adicional em nosso esforço para a
construção de mais pelotões e companhias espalhadas por todas as cinco regiões
de Mindanao.
É também tarefa do
N.E.P. lançar ações militares a fim de impor medidas punitivas contra
atividades de mineração em larga escala e plantations que são propriedades de
corporações multinacionais (e.g. SRMI, PGMC, Dole, Del Monte e SumiFru) que
tomaram terras ancestrais dos Lumad, monopolizaram terras e privaram o
campesinato da oportunidade de uma reforma agrária. Estas corporações também
têm explorado tremendamente os operários, e de maneira desenfreada, saqueiam os
recursos naturais e danificam o meio ambiente.
A tarefa de
defender os interesses do povo filipino e aquela de lançar ofensivas táticas
para gradualmente enfraquecer e destruir o exército reacionário das classes
dominantes tem apenas resultado em sucessos devido a força e ao amplo apoio do
povo.
O apoio das massas
para o N.E.P. tem se tornado ainda mais forte, já que uma de suas tarefas
centrais é levar a cabo uma genuína reforma agrária nas áreas rurais. Vitórias
em termos de reforma agrária, beneficiando centenas de milhares de camponeses e
operários agrícolas no campo de Mindanao, tem sido conquistadas nas áreas
rurais em variados níveis e coberturas em todas as regiões. As lutas foram pela
redução da renda da terra e implementos agrícolas, redução da usura, aumento
dos salários, e aumento do preço dos produtos agrícolas dos camponeses. Foram
também lançados serviços médicos e campanhas culturais.
Essas vitórias
derivam da perseverança do Novo Exército Popular nos trabalhos de elevação da
consciência política de seus combatentes vermelhos e comandantes. As unidades
do N.E.P. possuem educação política regular básica que são delineadas pelo
curso PADEPA, que inclui, entre outros, o Curso Básico sobre a Sociedade e
Revolução Filipinas, Cursos Especiais de Massas, e As Regras Básicas do Novo
Exército Popular, etc. Essa consciência política elevada determina o serviço
voluntário do N.E.P. para as vastas massas populares e uma firme adesão a uma
disciplina férrea entre seus membros. Isso diferencia o N.E.P. das forças
mercenárias da Polícia Nacional, dos grupos paramilitares e das Forças Armadas
das Filipinas, cujo serviço é adquirido porque estes últimos são pagos para
reprimir o povo e proteger os interesses insaciáveis da grande burguesia
compradora, dos latifundiários e dos imperialistas.
A liderança
absoluta do Partido Comunista assegura que o exército popular permaneça firme
na linha política correta da Revolução Democrática Popular e seja capaz de
aderir a uma forte disciplina no seu serviço ilimitado de defesa dos interesses
do povo. A fim de executar isso, a partir das unidades do N.E.P. em todo o
país, incluindo Mindanao, partes do partido dentro das companhias e dos
pelotões guiam as tarefas políticas e militares da unidade e engajam-se no
trabalho de massas e nos trabalhos políticos e de aliança dentro das fileiras
do exército reacionário. E acima de tudo, temos também colocado firmemente a
base política dos membros do Partido dentro das unidades do exército através da
implementação de estudos em forma de cursos do Partido, como o Curso Básico do
Partido, o Curso Intermediário e o Curso Avançado.
O avanço contínuo
da guerra popular em Mindanao e a resistência armada em andamento de grupos
entre o povo Moro continuam a ser um espinheiro, uma dissuasão contra os
interesses econômicos exploradores das classes dominantes da ilha. Desse modo,
nesta última fase do regime do títere Benigno Aquino III, seu Plano de Operação
“Bayanihan” (O.P.B.) de campanhas de repressão militar tornaram-se ainda mais
brutais e virulentas, em uma tentativa desesperada de realizar seu sonho de
esmagar o movimento revolucionário em Mindanao e garantir a proteção dos
interesses das classes dominantes locais e de seus chefes imperialistas.
Atualmente, dos 113
batalhões das Forças Armadas das Filipinas em todo o país, 68 estão implantados
em Mindanao. Destes, 34 batalhões estão implantados para focar suas ações
contra o N.E.P., enquanto que os outros 34 estão nas regiões dos Moro.
Campanhas brutais e operações militares tem sido lançadas quase simultaneamente
contra as forças revolucionárias dirigidas pelo Partido, o N.E.P. e a Frente
Nacional Democrática e, ao mesmo tempo, contra os grupos armados dos Moro que
continuam na luta armada.
O foco particular
das campanhas e das operações militares da O.P.B. é em Mindanao Oriental, que
abrange regiões do N.E.P em Mindanao do Sul, onde de 12 a 13 dos batalhões das
F.A.F. estão instalados, e no Nordeste de Mindanao, onde existem oito destes
batalhões. Enquanto se concentram nestas duas regiões do N.E.P., eles também
têm lançado quase simultaneamente operações de “contenção” nas regiões Centro
Norte, Ocidental e Extremo Sul de Mindanao.
A concentração de
um grande número das tropas das F.A.F. no Sul e no Nordeste de Mindanao, que
são 21 batalhões no total e todos estão operando com indescritível selvageria
contra o povo e contra as forças revolucionárias, tem infligido um
incomensurável sofrimento sobre as massas populares, especialmente os camponeses,
os Lumad e outros setores desprivilegiados da sociedade. Tem sido o
procedimento padrão destas operações preparar massacres com impunidade,
assassinatos, incêndios de escolas e casas, bombardeamentos indiscriminados,
bombardeios com helicópteros e aviões, evacuações forçadas e outras
desprezíveis formas de brutalidade.
As tropas
carniceiras e mercenárias das F.A.F., junto com suas forças paramilitares,
cometeram estas atrocidades não apenas para destruir as forças revolucionárias,
mas, acima de tudo, para proteger os investimentos dos imperialistas e das
classes dominantes locais, como as minerações em larga escala, plantations,
projetos de energia e outros que causam impactos negativos ao meio ambiente e
pisoteiam os interesses dos Lumad, Moro, camponeses e operários.
Em paralelo com
este fascismo descarado, eles também têm lançado campanhas de guerras
psicológicas, como as conhecidas “Caravanas da Paz”, onde desfilam como
“desistentes”. Estas têm sido usadas para enganar abertamente o povo, fazendo
estes acreditarem que as suas medidas terroristas conseguiram privar o N.E.P.
de sua base de massas. Eles pregam a mentira de que a revolução está
enfraquecida que o próximo passo seria declarar o conflito como “administrável
e pronto para o desenvolvimento" nas regiões onde foram atacadas, como Davao
Oriental, Compostela Valley, Agusan del Sur, Surigao del Sur e outras áreas. Isto
irá preparar o caminho para a implementação de valores bilionários em projetos
PAMANA, que, claramente, é apenas uma fonte de corrupção tanto para Malacañang
como para a OPAPP.
O regime de alguma
maneira sonha que com a concentração de suas forças em algumas poucas regiões
do país, particularmente em Mindanao Oriental, será vitorioso em esmagar a
revolução em tais áreas. Mas isto é um erro porque enquanto eles focam nas
regiões Sul e Nordeste de Mindanao, dão oportunidade para as regiões Centro
Norte, Extremo Sul e Ocidental da ilha para que façamos o trabalho de expansão
e consolidação, e em esforço global, a fim de avançar com a revolução nestes
territórios. E enquanto o inimigo concentra 60% das tropas das F.A.F. em
Mindanao, este abre espaço para regiões em Luzon e em Visayas para que possamos
avançar significativamente na luta armada.
Seja qual for o
revés que se abate sobre o N.E.P. é apenas temporário, apenas passageiro. O que
importa é que o desenvolvimento da revolução armada continua avançando, no
geral, como a Revolução Popular Democrática. O N.E.P. é invencível porque é o
exército das massas populares.
E assim como a
realidade tem mostrado, as unidades do N.E.P. vêm lançando heroicos e corajosos
contra-ataques por meio de ofensivas táticas a fim de preservar a si mesmo,
defender os interesses do povo e consolidar as vitórias da revolução, e causar
mais baixas sobre as tropas fascistas das Forças Armadas das Filipinas e dos
grupos paramilitares. Ademais, o povo de Mindanao bravamente tem resistido de
maneira ousada, desmascarando as forças da Polícia Nacional, das F.A.F. e dos
grupos paramilitares, e militantemente protestam contra as violações de
direitos humanos em todo o país. Estas violações têm sido amplamente expostas e
contrariadas após o massacre de 1 de setembro de 2015 em Han-ayan, Lianga,
Surigao del Sur. O regime reacionário tem sido criticado com forte condenação
por vários setores da sociedade, incluindo as igrejas católicas e protestantes.
Desse modo, no 47º
aniversário de fundação do Novo Exército Popular, nós devemos nos manter firmes
em nossas vitórias e olhar adiante para o futuro brilhante da revolução. Os
interesses do povo residem em cima de nós. Juntos, com eles ao nosso lado, a
última etapa brutal da O.P.B. do regime E.U.A.-Aquino III certamente irá falhar
e será derrotada. E é certo que nós também podemos derrotar o plano de campanha
contrarrevolucionário do próximo regime que substituirá a administração
reacionária de Benigno Aquino III. Nós estamos confiantes de que o avanço da
revolução popular democrática será sustentado porque nós nos mantemos firmes e
lutamos pelas aspirações das massas pela verdadeira libertação, pela democracia
e paz justas.
Vida longa ao Novo
Exército Popular!
Vida longa ao
Partido Comunista das Filipinas!
Vida
Longa à frente unida e ao povo filipino!