domingo, 9 de agosto de 2015

Cuba e China, aliança com potencialidades infinitas!

Por Claudia Fonseca Sosa (Granma)

Traduzido por I.G.D.


Em 28 de Setembro de 1960, a República de Cuba e a República Popular da China estabeleceram relações diplomáticas. Poucos meses depois, durante a visita à nação asiática realizada pelo Comandante Ernesto Che Guevara, foram feitos os primeiros acordos bilaterais de cooperação econômica e tecnológica.

Esse primeiro contato de Che Guevara com a terra de Mao Zedong teve um grande significado para a jovem revolução caribenha, não só pela magnitude dos acordos estabelecidos, mas também porque na época Cuba já enfrentava o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos.

Com o passar dos anos e na medida em que as relações políticas entre ambas as nações ganhavam confiança e profundidade, os intercâmbios entre Cuba e China no âmbito econômico e comercial também se ampliaram.

China é hoje o segundo maior parceiro comercial do nosso país e sua participação em múltiplas esferas de desenvolvimento e da economia nacional a confirmam como um parceiro estratégico.

Desde a década de 1980, a Comissão Mista Intergovernamental para as Relações Econômicas e Comerciais vem desempenhando um papel fundamental na promoção, execução e desenvolvimento de diversos projetos, assim como na estimulação de investimento mútuo.

O trabalho em conjunto de especialistas de todos os ramos propiciou também a busca de novas formas de realização do comércio bilateral e, unido ao sistemático intercâmbio de visitas de alto nível político, permitiu que aumente o conhecimento e a compreensão mútuas.

Durante um período relativamente curto, Cuba pagou com açúcar os produtos que comprava da China. Mas desde 1999, em sintonia com as reformas aplicadas na economia e no comércio exterior da nação asiática, todas as operações mercantis entre ambos os países decorrem em moeda livremente convertível, através de créditos e mecanismos de pagamentos que fiquem de acordo com os contratantes.

Desta forma, o mercado chinês permite ao nosso país adquirir equipamentos imprescindíveis para reanimar setores da economia nacional estagnados, como o transporte, e desenvolver outros como as telecomunicações. Nas últimas décadas se obteve êxito em introduzir na China produtos cubanos de biotecnologia, rum, tabaco, açúcar, mariscos e níquel.

No âmbito dos investimentos, fica em destaque a empresa mista Biotec Pharmaceutical, fundada no Centro Internacional de Ciências da China e no Centro de Imunologia Molecular de Cuba, que se especializa na investigação, produção e venda de anticorpos monoclonais usados para o diagnóstico e tratamento do câncer, assim como no desenvolvimento, produção, registro e comercialização de vacinas e proteínas terapêuticas recombinantes com tecnologia cubana.

Outro exemplo desta relação é a entidade mista Gran Kaimán, associação entre o Grupo Eletrônico de Cuba e da Corporação de telecomunicações Grande Dragão da China, que produz equipamentos para o mercado nacional e para a América Latina.

Também destaco como experiência positiva a empresa mista Cuba-Shanghai, onde participam na construção de hotéis de luxo a Corporação Cubanacan S/A e a Companhia Sun-time Internacional da China.

Em julho de 2014, durante a visita oficial do presidente chinês Xi Jinping, a Havana, foram assinados outros 29 acordos que ampliam o alcance das relações econômicas e comerciais entre ambos os países.
Entre eles se destaca um acordo que formaliza a concessão de uma linha de crédito por parte do país asiático para a execução de um projeto de construção de um terminal com inúmeras finalidades no porto de Santiago de Cuba.

Foi afirmado também um Acordo de Financiamento entre o Banco Nacional de Cuba e a Corporação Bancária de Desenvolvimento da China, que oficializa a concessão de um crédito para a compra de equipamento com destino ao desenvolvimento de telecomunicações no arquipélago.

Não menos significativo foram os contratos que estabelecem o serviço de perfuração de poços de petróleo de até 9.000 metros de profundidade em águas cubanas, assim como a cooperação tecnológica e industrial em matéria de televisão digital.

Enquanto ao turismo, foi assinado um Entendimento entre o Grupo Empresarial Palmares e Beijing Enterprises Group para a constituição da empresa mista Bellomonte S/A, dedicada a construção e exploração de um complexo imobiliário associado a um campo de golfe em Havana.

No contexto da visita do presidente chinês a Cuba, também se inaugurou uma planta de bio sensores para a medição do nível de glicose no sangue.

‘’O alto nível das relações políticas entre Cuba e China e a amizade indestrutível entre nossos povos nos permite continuar fortalecendo uma aliança estratégica que hoje mostra importantes resultados e que possui potencialidades infinitas’’, expressou então Marino Murillo Jorge, membro do Birô Político e vice-presidente do Conselho de Ministros.

Além disso, o chefe da Comissão Permanente para a Implementação e Desenvolvimento deu um destaque especial nas colaborações no âmbito farmacêutico, onde as empresas chinesas tem sido uma fonte significativa de fornecimento para o desenvolvimento da indústria cubana de medicamentos.

Mais recentemente, durante a VIII Reunião do Grupo de Trabalho Conjunto de Biotecnologia Cuba-China, realizada no mês passado em Havana, foram assinados outros 11 acordos que abrem caminho para novos projetos de colaboração para o período 2015-2017.

Foi endossado também cartas de intenção para o estabelecimento na Zona Especial de Desenvolvimento Mariel de duas empresas mistas, uma dirigida para a produção e comercialização de biofarmacêuticos, e a outra para vacinas contra o câncer.

Foram assinados de maneira igual dois contratos para a representação e distribuição comercial de anticorpos biossimilares e de vacinas contra o pneumococo.

Foi feito o acordo de que a Empresa de Serviços Médicos começará a dar atenção para pacientes chineses em Cuba, e à introdução acelerada da vacina contra o rotavírus neste mercado e no resto da América Latina.

O Centro de Neurociências de Cuba e a Universidade da Ciência e da Tecnologia Eletrônica do gigante asiático, realizaram um pacto para a criação de um laboratório conjunto e o desenvolvimento de cinco produtos neuro tecnológicos.

São alguns exemplos de uma relação de colaboração e benefício mútuo entre países amigos, que ainda tem potencialidades para serem exploradas no contexto da atualização da economia cubana e do processo de abertura e reforma chinesas.

Os laços estreitos da amizade e da confiança política construídos em mais de meio século de intercâmbios bilaterais, vem tendo um reflexo indiscutível nos múltiplos projetos de comércio e cooperação desenvolvidos, muitos deles com um grande impacto social.

(Retirado de: http://manosfueradechina.blogspot.com.es/)

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