(Aos 122 anos do nascimento de Mao
Zedong)
(Escrito em 27/12/2015)
Escrito por
I.G.D.
Ontem, dia 26 de dezembro de 2015, fizeram
exatos 122 anos do nascimento do camarada Mao Zedong, o grande dirigente da
Revolução Chinesa de 1949, que foi proporcionalmente, a maior das revoluções de
toda a história da humanidade, libertando um quarto da população mundial da
dominação imperialista e do feudalismo, estes que entravavam o desenvolvimento
da sociedade chinesa.
Mao Zedong desde jovem foi um patriota, que
reconhecia que a China era um país oprimido por potências estrangeiras.
Após a Revolução Socialista de Outubro na
Rússia em 1917, Li Dazhao, que foi um dos primeiros a difundir o marxismo na
China, fez um discurso na Praça Tianmen em Pequim em defesa da grande revolução
proletária que havia acontecido no país vizinho. Mao Zedong, que viu de perto o
discurso de Li Dazhao, conclui que o único caminho para a emancipação completa
da nação chinesa de todos os males que a corroíam, era o do marxismo e da
revolução proletária. A partir deste momento, a Universidade de Pequim onde Li
Dazhao trabalhava como professor e Mao Zedong como bibliotecário, passou a ser
um foco da fermentação intelectual da futura Revolução Chinesa.
Estudando profundamente a sociedade chinesa e
o marxismo-leninismo, o camarada Mao Zedong e mais 12 camaradas de diversos
círculos marxistas se reuniram na concessão francesa de Xanghai e realizaram,
no final de junho, o primeiro congresso do Partido Comunista da China (PCCh)
que teve duração de uma semana. Em tal congresso, foi declarada a fundação do
Partido Comunista da China, que tinha a tarefa de formar sindicatos e educar a
classe operária.
Em 1927, o reacionário General Chiang
Kai-shek leva a cabo um golpe de Estado, e coloca o seu antigo aliado da
Expedição do Norte (1925-1926) (1),
o Partido Comunista da China, na ilegalidade, e assim, dando início a um longo
período de conflitos armados entre estas duas organizações.
Mesmo com a ausência do camarada Mao Zedong,
que se encontrava com tropas guerrilheiras na região montanhosa de Jinggang, no
sul do país, o Partido Comunista da China definiu, no VI Congresso do Partido(2) realizado entre 18 de junho e 10 de
julho, que a China possuía um caráter semicolonial, pois o imperialismo
dominava vastos setores de sua economia, entravando seu desenvolvimento e
fazendo do grande país um exportador de matérias primas, uma zona de influência
militar e política, uma esfera de investimentos de capital excedente e um
grande mercado para seus produtos industrializados. Mao Zedong colocou
concisamente em um de seus textos que “As potências imperialistas estabeleceram várias empresas industriais na
China, ligeiras e pesadas, para beneficiarem diretamente das matérias primas e
mão de obra barata, passando assim a exercer uma pressão econômica direta sobre
a indústria nacional e a obstruir frontalmente o desenvolvimento das forças
produtivas chinesas” (A Revolução
Chinesa e o Partido Comunista da China, de Mao Zedong, 1939). E continua, alegando que “as potências
imperialistas monopolizaram os bancos e as finanças da China, com empréstimos
ao governo chinês e estabelecimento de bancos no nosso país. Assim, elas não só
esmagavam o capitalismo nacional chinês na competição mercantil, mas também
estrangulavam a China no domínio bancário e financeiro” (A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da
China, de Mao Zedong, 1939).
O caráter semicolonial, condicionava também,
um caráter semifeudal do país, pois o imperialismo, para entravar o
desenvolvimento e o progresso da sociedade chinesa, se apoiava nas
sobrevivências do feudalismo para conter a industrialização da China. O
camarada Mao Zedong nos explica que “As
potências imperialistas converteram a classe dos senhores de terras feudais,
ademais da classe dos compradores, no sustentáculo principal da dominação que
exerciam sobre a China. O imperialismo “alia-se antes de mais a classe
dominante da estrutura social antiga, senhores de terras feudais e burguesia
comercial usurária, contra a maioria do povo. Por toda a parte (especialmente
no campo) o imperialismo tenta preservar e perpetuar as formas pré-capitalistas
de exploração, base de existência dos seus aliados reacionários. ” “...O
imperialismo, com todo o seu poder financeiro e militar na China, é a força que
apoia, inspira, fomenta e preserva as sobrevivências feudais, bem como toda a
superestrutura burocrático-militarista” (A Revolução Chinesa e o Partido Comunista da China, de Mao Zedong, 1939).
Depois de dar destaque ao caráter
semicolonial e semifeudal da China, o camarada Mao Zedong colocou que a
revolução chinesa se divide em duas etapas históricas, sendo a primeira de nova
democracia e a segunda socialista. O camarada Mao Zedong, colocou em seu texto
“Sobre a Democracia Nova” de 1940, que as revoluções democrático-burguesas de
velho tipo já não possuem cabimento nas atuais circunstâncias, onde o
capitalismo já se encontra em sua etapa suprema e que as revoluções
democrático-burguesas em países coloniais e semicoloniais iriam elas mesmas
abalar a própria estrutura do imperialismo, (onde um pequeno punhado de países
capitalistas exploram arduamente o resto do globo) e este, iria combate-las
ferozmente. Na etapa do capital monopolista, portanto, as revoluções
democrático-burguesas “já não são
mais revoluções do tipo antigo, dirigidas pela burguesia no intuito de
estabelecer uma sociedade capitalista e um Estado sob ditadura da burguesia.
Elas pertencem ao tipo novo de revolução, dirigida pelo proletariado e visando,
na primeira etapa, o estabelecimento duma sociedade de democracia nova e de um
Estado de ditadura conjunta de todas as classes revolucionárias. Assim, tais
revoluções servem realmente o objetivo de rasgar um mais amplo caminho ao
desenvolvimento do socialismo” (Sobre a
Democracia Nova, de Mao Zedong, 1940). Ou seja, tal etapa de “Democracia
Nova”, terá um Estado dirigido por todas as classes revolucionárias com o
proletariado encabeçando-as, e assim este último estará em uma posição
vantajosa para lutar pela transição ao socialismo.
O estudo da luta revolucionária, democrática
e anti-imperialista, levada a cabo pelas massas chinesas dirigidas pelo Partido
Comunista da China e pelo camarada Mao Zedong, são essenciais e devem servir de
base de luta para todos os povos, não apenas da Ásia, mas também da África e da
América Latina, em especial o Brasil.
Os vinte e dois anos entre 1927 e 1949 foram
um período de prolongados e violentíssimos enfrentamentos armados que forjaram
e transformaram, não apenas o grande timoneiro e camarada Mao Zedong, mas
também o Partido Comunista da China, este último em um partido tão forte e tão
unido organicamente como nenhum outro na história; transformaram o Partido
Comunista da China na organização comunista mais experiente já vista, tanto em
questões políticas como militares.
O estudo do pensamento de Mao Zedong se faz
necessário para todos aqueles que se dizem comunistas!
Viva ao Partido Comunista da China e a
Revolução Chinesa!
Viva ao camarada e
Presidente Mao Zedong!
Notas:
(1). A Expedição do Norte
(1925-1926) que estava sendo posta em prática pelo Exército Nacional
Revolucionário, dirigido pelo Kuomintang e pelo Partido Comunista da China, foi
uma ação que tinha como finalidade combater os senhores de terra chineses
(conhecidos também como “Senhores da Guerra”) da região norte do país. Em um
curto espaço de tempo e com o apoio da população local, os exércitos privados
dos senhores Wu Peifu e de Sun Chuangfang foram derrotados, resultando na
conquista de quase metade do país.
(2). Uma estatística
interessante e que foi apresentada no Congresso, foi que, desde março de 1927,
até a primeira metade de 1928, o Kuomintang assassinou 310 mil elementos que
constituíam o Partido Comunista e as massas populares revolucionárias.
Referências:
- Enlai, Z. Eliminar Resolutamente do Partido
toda a Ideologia Não Proletária (1928). Obras Escolhidas, vol. I.
- Suyin, H. China no ano 2001. Zahar Editores,
1968.
- Zedong, M. A Revolução Chinesa e o Partido
Comunista da China (1939). Obras Escolhidas, vol. II.
- Zedong, M. Sobre a
Democracia Nova (1940). Obras Escolhidas, vol. II.
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